terça-feira, 7 de junho de 2011

Abstrair a beleza

Os transcendentais do Ser, o bom, o belo, o uno e o verdadeiro, são o substrato fundamental da realidade perceptível, mas é sobretudo na beleza, no dizer de Hans Urs von Balthasar, que podemos contemplar o explendor da verdade enquanto esta se manifesta na realidade concreta, sob múltiplas formas.
Na beleza emerge a essência mesma das coisas em sua unidade e verdade, contudo, urge o desafio de perceber a beleza em sua desfiguração, naquelas situações em que ela está velada ou desfigurada. Quem consegue fazer isso é um artista da vida, que da sinfonia do universo, consegue discernir melodias em meio de tão grande caos e confusão. Um grande desafio surge para aqueles que se propõem desvendar a beleza na vida, pois essa, na maioria das vezes, precisa ser lapidada, é uma conquista, não está simplesmente dada, precisa ser buscada, apreciada, desvelada.
Possamos meditar sobre a beleza, de como chegamos a vislumbrada, mesmo quando não está claramente explícita. Talvez devamos nós mesmos, quais escultores da existência que nos foi dada, desvendar os mistérios da beleza que a vida nos lega a cada dia.

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